A
idéia de criar o Mopi surgiu depois de nós
três (Cristina, Fabiana e Maria José)
percebermos que fazíamos o mesmo trabalho
de cuidar dos animais (tratar, castrar, vacinar
e vermifugar), buscar novas famílias para
eles e ensinar a posse responsável de forma
dispersa. Então, decidimos juntar os objetivos
e os esforços e criar o movimento, de maneira
mais organizada, já que temos o mesmo estilo
de trabalho.
Nós três nos conhecemos há uns
dois anos e meio, mas o Mopi foi criado no começo
de 2005. Ainda há muito trabalho a fazer
(queremos cadastrar voluntários, buscar empresas
que possam nos ajudar, montar um site educativo),
mas vamos caminhando aos poucos. Esperamos um dia
não ver mais animais abandonados pelas ruas,
sofrendo maus-tratos, e viver num mundo consciente,
que respeita todas as formas de vida.
Para adotar um animal, o interessado precisa preencher
um questionário com informações
sobre a casa e a família e a experiência
com animais. Aí avaliamos se a pessoa está
realmente apta a adotar um cão ou um gato,
se saberá cuidar bem, de forma responsável.
Costumamos até visitar a casa da pessoa antes
da adoção. No ato da adoção,
o responsável assina um termo, para que garanta
o cumprimento dos bons cuidados exigidos para ser
responsável por outra vida. Esse termo garante
que o adotante não descumprirá coisas
como novos abandonos, por exemplo, já que
é exatamente isso que combatemos. Se tiramos
os animais das ruas, não queremos que eles
voltem para lá...
Muitas pessoas não entendem todos esses cuidados.
Acham exagero; afinal, “é só um animal”...
Para nós, não se trata de nos livrarmos
dos animais. Se os retiramos das ruas, colocamos
em nossa casa, gastamos nosso tempo e nosso dinheiro
com eles, não podemos doar depois para qualquer
pessoa. É preciso que ela mostre que vai
cuidar muito bem. Isso é posse responsável.
Os animais adultos infelizmente acabam ficando mais
tempo para adoção, pois as pessoas
têm muito preconceito em adotar animais que
não sejam mais pequenininhos e engraçadinhos.
Mas os adultos são capazes de mostrar a personalidade,
assim sabemos se são carinhosos com crianças,
por exemplo. É claro que um adulto que passou
a vida nas ruas provavelmente sofreu algum tipo
de maus-tratos pela mão dos homens. Por isso
alguns são mais desconfiados. Mas, quando
percebem que finalmente estão seguros, protegidos
e amados, voltam a confiar no ser humano.
Além disso, também temos como objetivo
mostrar a importância da castração,
que evita o aumento da superpopulação
de animais. A prefeitura gasta muito dinheiro na
captura e no sacrifício desses animais, já
que não há e não haverá
lares para todos se as pessoas não tiverem
essa consciência de posse responsável.
O que procuramos explicar, aos governantes e à
população, é que é mais
barato e muito mais humano se, em vez de capturar
e sacrificar esses animais, seus proprietários
castrassem machos e fêmeas, gatos e cachorros,
para evitar novos abandonos. Sabemos que nem todos
têm consciência nem dinheiro, e para
isso a prefeitura precisa investir em campanhas
de castração. E de educação
também, claro.
Fizemos no ano passado algumas palestras com crianças
e adolescentes de uma escola aqui da zona norte,
que tiveram bons resultados. É gratificante
ver o rostinho delas entendendo o que falamos e
o amor que as crianças têm pelos animais.
Por essa via, quem sabe elas próprias consigam
educar também seus pais... Infelizmente,
a abertura para isso é muito pequena. São
poucas instituições que abrem suas
portas para que possamos fazer esse trabalho. Várias
consideram o cuidado com os animais uma coisa sem
importância, infelizmente. Mas o respeito
pela vida dos animais faz parte do respeito pela
vida de todos...
Fabiana
Pino
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ou cachorro ou agendar palestras, entre em contato
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